sábado, 30 de novembro de 2019

Ai de ti fariseu (DV-70)

Já mencionei algumas vezes o rigor da opinião de Jesus com os fariseus, que nunca foram separados dos escribas. Vamos ver de quem tratamos.
Os fariseus à época de Cristo formavam um status religioso dominante e a intransigência era recíproca, eles também se incomodavam com aquele novo discurso, que tanto encantava. E tinham muitas diferenças mesmo.
Cristo admitia a igualdade entre homens e mulheres, defendia o desprendimento dos bens materiais e tinha  como tese principal o bom relacionamento entre os seres, daí o apelo ao amor e ao perdão, mesmo para os inimigos. E que nada fosse feito a alguém que não queríamos para nós mesmos. 
Os escribas, também chamados de Doutores da Lei, pelo que entendemos, manipulavam o entendimento da lei mosaica para preservar o domínio dos fariseus. Atrás disso havia muito fanatismo e extrema hipocrisia, utilizavam a tradição religiosa e dos anciões para, no fundo, defender seus próprios interesses.
Esse grupo, como disse no artigo anterior, seguia os passos de Cristo e não perdia a chance de o provocar, ora perguntando quem para ele seria o “próximo”, o exemplo veio com a parábola do Bom Samaritano; ou sobre a pena de morte por apedrejamento da mulher adúltera, onde tiveram que ouvir - atire a primeira pedra quem nunca pecou.
Mas o recado para valer veio mesmo com o Sermão dos Oito Ais -  Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, foi a chamada geral e o aviso, certamente estes estariam bem longe da plenitude celestial e enumera.
Primeiro por cobrar dízimo até da colheita de hortelã e esquecer, entre outras coisas da misericórdia; por fechar a porta do reino dos céus para quem queria entrar e por explorar viuvas, ou seja, as idosas, que tinham suas casas devoradas. Inclui o fato de moverem o mundo atrás de prosélitos - ou seja, seguidores, mas não para que fossem uteis à humanidade, mas para que os ajudassem na sua indigna missão. 
A mensagem ficou mais forte com o - Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Limpais por fora o copo e o prato e por dentro estais cheios de intemperança, sois semelhantes a sepulcros caiados: por fora parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos e de toda espécie de podridão.

Para refletir.

Referência: 70.a coluna publicada no Verdade, jornal de Franca - SP - em 05/10/2019 - (DV-70)