sábado, 22 de setembro de 2018

Pequenos boatos, grandes mentiras (DV-06)

Você sabe como os vírus mais comuns se propagam pela Internet, sendo enviados por e-mails? Ele invade a máquina do seu melhor amigo, se apodera da lista de contatos - onde logicamente você está - e simula mensagens, como fossem suas, a partir do serviço de mensagens dele, do seu amigo.

Ufa, parece confuso, mas é assim que funciona. Daí você recebe uma bronca de uma outra grande amiga, avisada pelo antivírus, perguntando: - Como você foi fazer isso comigo, me mandar mensagens com vírus? Eu?!? Faz uma varredura na sua máquina e, surpresa, ela não está infectada, é a de seu amigo.

A sorte que esses vírus são até românticos - não os vejo há décadas, principalmente nos sistemas da Apple, perto dos que roubam senhas, simulam serem páginas de bancos, produzem boletos falsos, sem contar as quadrilhas que detém informações de cartões de créditos e compram, com um clone do seu, produtos pela rede.

Por outro lado, fico vendo o grande esforço que está sendo feito para nos informar como somos manipulados pelas fake news, as mentiras falsas que coalham aos milhões, entopem nossas mídias, principalmente em momentos de extrema catarse, caso de queda de presidente, greve dos caminhoneiros, e tantas outras que não sei se um dia vamos nos acostumar.

Ao mesmo tempo sempre me pergunto, quem quer ser protegido dessas mentiras?

Uma pérola dessas foi mandada por uma parente, que prezava muito, rsss, dizia a gravação: - Eu sou o Eduardo, moro aqui (?) na Amazônia, fiquei sabendo, e meus amigos já confirmaram, o presidente da república e o povo lá de Brasília fez (sic) uma liminar para atacar os caminhoneiros. Ok, presidente concedendo liminar, tá bom…

Certa feita, e isso não faz muito tempo, um amigo, advogado, recém aposentado do serviço público, me mandou uma mensagem pelo Facebook com muito alarde, me chamando a atenção, se eu sabia que o presidente da República, em acordo com os seus deputados da base, tinha acabado de baixar um decreto (hem???) aumentando o imposto de renda.

Nesse nível de gravidade e considerando um fato tão importante, liguei para ele: - Amigo, tudo bem? Me diz uma coisa rapaz, como o governo fez isso por decreto, se só pode ser feito por lei? Vasculhei todos os canais, não há nenhuma informação, nem de Medida Provisória, nada, onde você viu isso? Ele responde laconicamente: - Ah Nalini te passei, nem li!



Reitero a pergunta, quem nos protege desses crédulos? Das fake news nós damos um jeito!

Referência: 6.a coluna publicada no Diário Verdade, jornal de Franca - SP - em 15/6/2018 - (DV-06)


sábado, 15 de setembro de 2018

Eclipse Solar: O Relógio do Sol (DV-05)




    Um domingo desses estava na casa de um amigo e notei que, no quadro mais bonito de sua sala - assinado por Pedro Schiratto - estava imponente o Relógio do Sol
     Deu uma certa angústia, confesso que fiquei muito chocado com a sua (quase) destruição, e ainda estamos bem assustados, só depois que ele voltar para seu local é que a tensão vai passar.
     A versão francesa nada tem a ver com a francana, as únicas coisas que os unem são o fato de reproduzirem a hora pelo efeito da sombra do sol e estarem na ponta de um pedestal (foto 1).
     No mundo os monumentos são protegidos até por vidro blindado, seria possível colocar uma proteção superior? Mas como um relógio desses vai viver sem sol? Ou seja, depois de reinstalado a preocupação continua.
     Tem 131 anos, foi inaugurado em 11 de abril de 1887, foi construído pelo padre francês Germano, que é de Annecy, e viu a cidade crescer em sua volta.
Acompanhou com orgulho a construção da majestosa Catedral (2), era uma igrejinha, quando ele também era menino, mas só foi reconhecida depois que ele já era adulto (3).
     Acompanhou as fofocas da praça Barão, conheceu o incrível Pelotão, nunca entendedo o humor negro que o cercava. Só soube mais tarde que os milhões negociados, em forma de diamantes, financiaram muito do progresso francano.
     Viu a movimentação da construção do vizinho Hotel Francano(5), e a euforia do café, que, ao se esvair, levou também este outro monumento.
     E a Água da Careta? Não era só deixa-la exposta, mesmo que sem água? (6)Informaram que a questão era de segurança, toda vez que a reinauguravam era roubada, como todo bom bronze.
     Riu muito com a juventude francana, dos anos 1960, girar em filas na sua frente, os moços indo, as moças vindo, paquera em círculo sem precedentes.
     Viu quase todas manifestações, as últimas ele perdeu, mas espantado mesmo ele ficou com o tamanho do primeiro arranha-céu o Edifício Franca do Imperador e com um moço que vendia amendoim, torradim, salgadim… que conseguia fazer a sua réplica (4).
     Enfim, o mundo todo vai para a Bélgica, para ver uma pequena estátua de um menino fazendo xixi, que mede 61 cm, que não tem origem certa e ainda tem nome de mané: Manneken Pis (7).

     Se preservam algo assim, que provoca milhões de visitas, alguém tem dúvida da necessidade de se preservar um monumento como o Relógio do Sol?

Referência: 5.a coluna publicada no Diário Verdade, jornal de Franca - SP - em 5/6/2018 - (DV-05)



(1) Exemplar em Annecy, na França

(2) Assistindo a construção da Matriz

(3) Assistindo a construção da futura Catedral





Saudoso primo Zé Piola
(4) Jubileu fazia réplicas e dava aulas sobre ele
Flagrante que fiz, 16h30 e nos dois relógios
Todo Natal espero para refazer essa foto

(5) Hotel Francano mencionado
(6) Água da Careta mencionada

(7) Manneken Pis, recebe milhões de turistas, dá para comparar?






quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Simplificando os novos iPhone Xs e Xr



Bom, se você ainda não leu as novidades da Apple de ontem (12/9/2018), vou fazer um resuminho bem singelo aqui:
1. A denominação dos smartphones serão todas X (dez), acrescidos de S (esse) ou R (erre), então fica Xs e Xr
1.a - mas com um com tela de 6,5 polegadas, a maior já produzida até hoje
Xs-Max -> esse é a novidade e o a ser comprado pelos "loucos por Apple".
1.b - Mas tem um com a extensão R, com a maioria dos atributos do X (inclusive reconhecimento facial), mas com custo menor, seria um pouquinho mais simples.
2. Foram melhorados a identificação facial, que já é perfeita, mas houve avanços, principalmente por que agora há pagamentos pelo celular, e o sistema de fotos, na demonstração apresentou um efeito de desfoque direto (bokeh - sem aplicativos) antes só visto num Photoshop.
3. Um usuário comum não se dá conta da importância dos processadores nos celulares, mas são eles que permitem assistir tevê sem ficar parando, introduzir jogos com detalhes inimagináveis (na demonstração 3 pessoas jogaram o mesmo jogo, na forma de realidade aumentada, que nem tem como explicar de tão espetacular). Pois é, não vou fazer isso, mas creio que essa geração de celulares já deve ser muito "maior" que muitas gerações de computadores que conhecemos. Ah.... o processador novo A12 Bionic tem uma perfomance maior em 9 e 15 vezes ao que existe atualmente.
ET - Uma folha de pagamento no IDEF, em Franca, nos anos 1970 levava uma noite para rodar uma folha de pagamento, do Samello, por exemplo, creio que um celular desses gastaria segundos.
4. Dois chips, para os EUA maravilha, creio ser uma das maiores novidades da década para Apple, mas no Brasil demorará funcionar. No Apple Watch (relógio) com chip simulado (não físico) só a Claro estaria rodando, não conheço ninguém que utiliza.
ET - Funciona assim, um chip será programado dentro do celular, o outro é o que compramos na operadora, aquela coisa "pequininha".
O relógio que já é telefone tem esse, o programado, não tem chip removível.

Preços e datas e muitas outras novidades veja aqui:
https://blogdoiphone.com/2018/09/novos-iphones-2018/

sábado, 8 de setembro de 2018

De volta para o passado (DV-04)

       Não tem nada que nos empolgue mais, no ramo da ficção, que projetar o futuro, motiva-nos também imaginar que a Criação já tem tudo programado e nós só seríamos protagonistas, esperando o futuro chegar. O volume de filmes que trata disso é a maior prova, não tem uma semana que um lançamento não trás algo que ainda não existe.

       E olha que, de tanto prever, muitos acabam acertando, meu pai dizia, nos anos 1950, “um dia teremos um telefone que mostrará a imagem de quem está falando conosco”, e olha que ele convivia com o telefone da Fundação Allan Kardec, onde girava-mos uma manivelinha e pedíamos para a telefonista ligar para algum lugar, isso quando não tínhamos que marcar hora com a pessoa do outro lado. Detalhe, o orelhão na rua ainda nem foi totalmente desativado.

       Ter alguém para te ajudar no equipamento com o comando de voz - veja a SIRI da Apple - foi algo bem marcante no filme 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968), do Kubrick, aliás protagonista dos poucos diálogos do filme, a estação orbital também é antecipada, e o uso de tablet é coisa corriqueira no filme.

       Apesar de ainda não produzir humanos, o filme Mulher Nota 1000 (1985), de John Hughes, dá detalhes da impressão 3D tão utilizada, e olha que ainda de forma primária no que vai conquistar. Espetacular o uso de drones pelo Exterminador do Futuro (1984), de James Cameron. Que BBB que nada… O Show de Truman (1998), de Peter Weir, já antecipava como milhões de pessoas adoram bisbilhotar a vida alheia, ao vivo e a cores, pela televisão, foi um dos primeiros reality show.

       Recentemente a Apple divulgou um caso de que um rapaz que, de tanto o relógio avisar que seu batimento do coração estava alto, ligou para um amigo, que sugeriu uma passadinha no atendimento médico, que o levou à cirurgia imediatamente e salvou sua vida. O smart watch foi muito utilizado em Dick Tracy (1990), de Warren Beatty, coisa corriqueira para o personagem James Bond - 007, que se servia de muito mais acessórios futuristas desde 1962, no Satânico Doutor NO.

       O projeto de Cidade Limpa, consagrado em Ribeirão e em São Paulo, teria um colapso na previsão de enormes painéis de Blade Runner (1982), apesar do choque visual vamos colocar como exceção o encanto do Time Square, em Nova Iorque, e do Piccadilly Circus e em Londres. Do De Volta Para o Futuro 2 (1989), de Robert Zemeckis, os jovens estão aguardando os skates voadores, mas tem quem já está satisfeito com a jaqueta auto secante e muito mais com o combustível sustentável, já em utilização em larga escala.

       E o futuro? As profissões certamente se modificarão, serviços rotineiros e repetitivos já eram, os robôs farão, isso nem é novidade mais, mas isso se recrudescerá com o avanço da automação, eu me lembro do susto que foi quando o Magazine Luíza inaugurou seu CPD, ia causar “inúmeros desempregos”, o futuro está por conta do Faustão, no Show dos Famosos, veja o tamanho dessa empresa depois disso e quantos empregos foram gerados não só com a automação mas também pelo uso da Internet. Outra ficção é que loja eletrônica tira empregos.

Vamos voltar para o futuro, o assunto é intrigante demais.

Referência: 4.a coluna publicada no Diário Verdade, jornal de Franca - SP - em 24/05/2018 - (DV-04)

Observação:

1. Posto esta coluna em 8 de setembro de 2018, com o anúncio que a Amazon, assim como a Apple, atinge o seu valor em mais de US$ 1 trilhão, 

2. A grande Maçã anuncia seu relógio sem bordas copiando a técnica do iPhone X, entre outros avanços de tecnologia.

Painéis do Piccadilly Circus em Londres, já vistos em Blade Renner




quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Privacidade de que jeito? (DV-03)

        Um assunto que vai ser eternamente discutido é o da privacidade na Internet, e, certamente, não estamos falando de nudes. O problema está no que pode, ou o que não pode, ser utilizado e repassado das informações pessoais que compartilhamos. E garanto que não são poucas.

        Dadas as proporções, o caso Facebook é a bola da vez. Enfim, estamos falando de uma empresa que faturou 12,6 bilhões de dólares no ano passado, crescendo 43,3%. Tem perdido milhões de jovens que não acham mais graça nessa rede, mas ainda tem cerca de 184 milhões de usuários só nos EUA e Canadá. 

        A rede dá sinais de cansaço, mas o número de usuários novos continua superando os desistentes. O jovem Mark não deve estar muito preocupado, ele também é dono do Instagram, com 2 milhões de anunciantes, e do… WhatsApp, com 1,5 bilhão de usuários no mundo. Fico imaginando a hora que ele quiser cobrar pelo uso desse último. Pronto para pagar ou para parar de utilizar?

        Quanto aos rastros que largamos no uso de aplicativos e redes sociais, não é de hoje que as grandes companhias se movimentam para capturá-los. Lembro-me de um concurso que a Amazon fez, dando um milhão de dólares, isso mesmo, para quem fizesse o melhor programa de fidelização de seus clientes (*). Algo como um sistema robô que ficasse nos vigiando em seu site. 

        Uma vez logado  - quando você coloca sua senha e diz quem é - o sistema fica bisbilhotando seus gostos, mesmo que sejam apimentados. O interesse está em conhecê-lo para melhorar suas ofertas de produtos, coisa como brinquedos e chocolates em gôndolas baixinhas para pegar nossas crianças no supermercado.

        Não podemos deixar de lembrar que, ao se cadastrar em qualquer site, tudo começa a ser capitalizado, sexo, idade, nunca virá uma oferta de LoL, ou do Patrulha Canina, mas…. experimente passar dias procurando essas coisas infantis, assista algumas, a partir daí, para o serviço você sempre será uma criança, até que mude o interesse e repita a operação.

        Na verdade isso trabalha a seu favor, vale para músicas e filmes - serviços de streaming, como Spotify e Netflix, que é impecável, tem três linhas distintas de ofertas, os lançamentos, para eles imperdíveis, o do seu perfil, por tudo que já assistiu, num mix com o que você mencionou como favorito para ver depois. 


        Estudiosos acham que esse compartilhamento do seu perfil, chamado de inofensivo, será impossível de evitar, deixamos rastros demais. Inofensivo porque não furta sua senha do banco, mas pode ser usado para que a mensagem do político chegue melhor em sua navegação. Mas isso é problema do Mark, que, pelo visto, não tem problema nenhum.



(*) No mês de setembro de 2018 a Amazon passou a valer US$ 1 trilhão, acompanhando a Apple que já tinha conquistado esse patamar, valeu pagar US$ 1 milhão para o melhor robô que acompanha seus clientes e faz ofertas oportunas?

(**) No assunto privacidade não incluo fotos nudes dos jovens que vazam por invasão, ou perda, de celulares, com notícias de suicídios de jovens que veem suas vidas e intimidades devassadas. Não era objetivo desse artigo.

(***) Especialistas no assunto dizem que o mesmo grupo que manipulou as eleições de Trump, que menciono no artigo, já tinha um plano milionário para intervir nas nossas próximas, de outubro de 2018, mas o plano foi desmantelado (?). Será que foi? No mesmo artigo apontam diversos robôs que estão nos dando impressão que certos candidatos não tem os milhões de seguidores e likes que apresentam, tem inteligência artificial atrás disso. Tem uma tal de Ana muito participativa, é a maior fã do candidato, com perguntas, indicações, até que um nome bonitinho para um robô.


Referência: 3.a coluna publicada no Diário Verdade, jornal de Franca - SP - em 08/05/2018 (DV-03)

sábado, 1 de setembro de 2018

A Fábula da Circulação (DV-02)

Tem uma fábula que apareceu há tempos na Internet, que agora, com essa volúpia toda, deve estar circulando com muito mais força, a do turista que ia se hospedar em uma cidade do interior e depois se arrependeu e não ficou. Mais que contá-la pelo humor e curiosidade, gosto dela para refletir na alternância do enredo, e se o fim fosse outro?

Vamos fazer uma adaptação livre, mas é só procurar que tem a versão original em qualquer serviço de busca:

Em uma pequena cidade do interior alguns habitantes, endividados, estão vivendo às custas de crédito, até que chega um viajante no único hotel local para reservar um quarto, enquanto vai rodar pela região.

O hotel exige um depósito de R$ 100,00 para a reserva, ele faz, e segue seu curso. Com o dinheiro na mão o proprietário corre para pagar o açougue, que também se apressa para pagar o criador de suínos, que por sua vez paga o veterinário. Este último pede para a namorada ir pagar o hotel, onde tinham ficado!

O viajante volta antes que a reserva se consolide e pede o dinheiro de volta e vai embora.

Nessa estória temos dois fatos monetários importantes, uma aula de circulação de moeda, e a questão econômica do turismo, se o gringo tivesse ficado haveria uma injeção de dinheiro novo no município. 

Não teremos como discutir todas as teses envolvidas, mas a que demonstra a importância do turismo é flagrante, se o viajante não tivesse desistido os R$ 100,00 - que giraram e voltaram - teriam ficado com o dono do hotel, para novos pagamentos, ou para investimento. O dinheiro ficaria pelo menos na cidade.

Franca sempre discute alternativas econômicas para agregar à do calçado, e sempre soube que o turismo é uma delas. Depois do turismo a exportação, interna ou externa, também é um forte gerador de riquezas vindas de fora, através do lucro desse negócio, mas isso a cidade já faz há anos, está no seu DNA.

E o Brasil, cuida bem do seu turismo? Esses são outros quinhentos, como diziam os portugueses, desde a era medieval.

Referência: 2.o coluna publicada no Diário Verdade, jornal de Franca - SP - em 26/04/2018 - (DV-01)