segunda-feira, 7 de março de 2022

Ah! Essas mulheres...

  Convidado pelo Verdade para escrever um artigo sobre as mulheres no seu Dia Internacional  fico pensando, o que que um economista está fazendo aqui? Talvez seja mesmo uma referência ao meu pai, caríssimo Leonel Nalini (Nelo) que, ele sim tinha esse dom, nas suas mais de 200 poesias tinha como epicentro o amor e a mulher.

Depois acho que deveria ser proibido homem falar de mulher, é meio que ‘julgamento’, movimento analítico que não devia lhe caber, ora, se elas são tão melhores em tudo, como não cansamos de reconhecer, como quem está em um patamar inferior pode se postar de senhor dessa razão.

E tem mais, se nós homens conseguimos ver com tanta clareza as virtudes nas mulheres, que certamente nos faltam, porque não temos o mesmo comportamento? É mais ou menos o que fazemos na religião, quando nos aventuramos a escrever ou pregar sobre ela, mostramos inúmeras coisas que nos levam à paz interior, ao paraíso e à Deus, então porque não seguimos esses exemplos,  principalmente os cristãos?


Agora vamos falar sério, você já viu alguma publicidade dizendo: - No Dia dos Homens presenteie-o com um terno de marca? Tínhamos um site de envio de cartões comemorativos - o Dia das Mães ganhava dos pais numa proporção de 6 por 1, se eram mil cartões em agosto, maio chegava a uns seis mil. Isso vale para as secretarias também, ou seja, o dia dos secretários com certeza nem existe e, todas as vezes que vamos falar em Dia dos Homens caímos num vácuo, cada um fala uma data.


Tudo começa na criação, veja que no mundo animal os bichinhos ficam ao longo dos milhares de anos aprendendo a piar mais bonito, rugir melhor, dançar de forma piramidal, fazer ninhos maravilhosos de amor, para agradar as fêmeas, com pouquíssimas exceções são elas que escolhem seus pares. E olha que às vezes isso termina numa pancadaria danada, os machos quebram chifres, se mordem e se arranham todo, quando não se sucumbem na luta, isso considerando que normalmente ainda tem, no grupo, mais fêmeas do que machos. O desenho é o da natureza.


O problema para falar das mulheres, nessas comemorações, é que, de forma justa, passamos a endeusa-las sem uma análise de seu dia-a-dia, lembrando que um sem número delas têm múltiplas jornadas, afeitas a relacionamentos com pares muito complicados, sem contar que ainda acabam sozinhas, com os filhos. Aí aparece um outro ser maravilhoso, não menos mulher, a avó, é ela que acaba por criar outra leva de filhos, para garantir a estabilidade da família.


Em tempo, qual seria a reação hoje de uma jovem de 16 anos se seu namorado abrisse a porta do carro para ela? A mesma da sua bisavó! Gentileza e boa convivência não tem nada a ver com a fragilidade do sexo e sim com a educação de cada um, se não cabe violência em nada, porque haveria de caber para com as mulheres. Ainda carregamos o estereótipo da era das cavernas, o homem sai para caçar a mulher ficava cuidando das crianças. A deputada Isa Penna não está nada feliz com o que sofreu e menos ainda com a punição imposta.


Ok ok Nalini, então cite algumas mulheres que, para você, merecem referência. Passo! Nessa altura conheci tantas que não vou me arriscar, ou arrisco?

1. Esposa Lila, 2 Patrícia 3. Luiza Helena 4. irmã Aída, 5. Maria, minha mãe, 6. Dona Leonor, 7. Minha sogra Hilda, 7 e 8 - Minhas queridas: Melina, filha, e Maria Eduarda, neta, ambas juntas do Senhor.


Em Franca lembrei-me de três, Luiza Helena, certamente uma das mulheres mais conhecidas no país hoje, sua liderança demonstrou que de caipira ela não tinha nada, a Patrícia, pois a cidade carinhosamente girou em torno dela dezenas de anos, e a Dona Leonor, extensivo as inúmeras outras que fizeram da benemerência uma devoção. Como quero reunir mais nomes, vai aqui o meu e-mail sergionalini@me.com.


Veja que curioso, o peronismo move a Argentina há décadas, e quem tem uma ópera? Evita! Cite uma das maiores expressões da monarquia de todos os tempos, Elizabeth II, mas tem o contraponto da princesa Diane. E a estória de Helena, é falsa ou verdadeira? Pois é, tem tanta mitologia reunida que até parece ser verdade. Ou você acha que realmente aconteceu a Guerra de Tróia, ninguém sabe. De qualquer forma são os gregos se curvando à uma mulher.



Agora, vamos falar em empoderamento feminino? Sabe quem me vem à mente? Joana D’Arc, aos 19 anos se adapta visualmente aos soldados da época, cortando curto os cabelos e vestindo a mesma farda deles, comanda com sucesso as tropas francesas contra as inglesas na Guerra dos 100 anos. Se fosse homem poderia ter sido apenas executada, mas, como foi uma mulher muito ousada, termina a vida na fogueira. Até falaram em heresia, já que não há dúvida que ela se comunicava bem com o além, ouviu vozes que a remeteram à guerra, mas foi morta mesmo por inveja da sua liderança comandando homens.


A maior referência é mesmo é Maria, mãe de Jesus, gosto de olhar para ela e ver uma mãe comum, mesmo sabendo que não. A sua preocupação quando Jesus some em Jerusalem, com uma boa bronca quando é encontrado, sua preocupação confessa à prima Isabel, com precocidade de seus filhos e o seu duro desempenho quando Jesus chega à maturidade com tudo que já sabemos. Foi literalmente um pilar no cristianismo.


Se essa minha crônica não é uma homenagem às mulheres, por já ter dito que não sou credenciado para isso, agradeço ao Diário Verdade, por ter me escolhido para fazer essa tentativa e poder  confessar, sem falso romantismo,  que o equilíbrio da criação está na mulher,  é ela que dá a graça, seja porque é quem cria e educa ou quando vai à luta, que é sempre mais de uma, e ainda consegue ter o charme e a beleza, tão natural!


Dedico esse artigo a três saudosas mulheres que passaram pela minha vida, minha mãe, Dona Maria, tão querida e admirada por quem a conheceu, minha filha Melina e minha neta Duda, essas duas tão precocemente retornando às suas atividades espirituais.


Deixo também um beijo à minha irmã Aida, ainda toda serelepe, e à minha sogra, Dona Hilda, que teve tanta paciência comigo, e, terminando esse artigo, vou lá dar um beijo na Lila, que esse ano completará 50 anos do meu lado. Foi ela que deu a ideia de terminar não com um poema maravilhoso, mas com essa uma música pé no chão, do Erasmo Carlos, Mulher!

Dizem que a mulher é o sexo frágil

Mas que mentira absurda!

Eu que faço parte da rotina de uma delas

Sei que a força está com elas

Vejam como é forte a que eu conheço

Sua sapiência não tem preço

Satisfaz meu ego se fingindo submissa

Mas no fundo me enfeitiça

Quando eu chego em casa à noitinha

Quero uma mulher só minha

Mas pra quem deu luz não tem mais jeito

Porque um filho quer seu peito

O outro já reclama a sua mão

E o outro quer o amor que ela tiver

Quatro homens dependentes e carentes

Da força da mulher

Mulher, mulher

Do barro de que você foi gerada

Me veio inspiração

Pra decantar você nessa canção

Na escola em que você foi ensinada

Jamais tirei um dez

Sou forte mas não chego aos seus pés

Mulher, mulher

Mulher, mulher


Um comentário:

  1. Ah, como é bom ler seus textos e, principalmente. refletir sobre eles.
    Caro Amigo, contínuo seu fã incondicional, assim, vamos nos "vendo" por aqui, esta maravilhosa página francana...

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