sábado, 27 de outubro de 2018

A flor de papel, cor de sangue! (DV-12)

Uma das icônicas cidades próximas à Franca, com sítios e fazendas centenárias, descobriu uma flor em forma de coração, inédita na espécie pela simulação de sangue, por culpa de sua veias com cores avermelhadas, coisa como se tivesse sido alvejada pela flecha de Cupido com a força de Eros, deus do amor, filho de Vênus e Marte.
A notícia se espalhou rapidamente, a praça Barão pegou fogo, “tem uma flor na região que está chamando muito a atenção, pela raridade, ela parece que tem sangue nas veias”, bradavam os exagerados, entre ouvidos, é claro. Não demorou a notícia chegou a Holambra e aos grandes centros do país, rapidamente todo o estoque existente da planta foi vendido. 
Imediatamente começou o replante, misteriosamente mudas se espalharam para outros sítios que, logo, teriam a incrível planta para oferta em larga escala. Os investidores viram que ela era mais rentável que comprar terras, dada a velocidade do retorno, passaram a adquiri-las quase ao florescer, ainda em botão.
Na verdade elaboravam um contrato do investimento e recebiam papéis que representavam o total de plantas compradas, na hora da venda nem viam a raridade, só processavam os lucros daqueles títulos. Como dinheiro chama dinheiro, quem tinha mais capital passou a comprar as flores no plantio, ou até antes dele.
O primeiro fato inusitado estava por vir, o avermelhado cor de sangue das ranhuras, que dava tanta beleza para essas plantas, era um vírus, ninguém tinha dado conta, afinal, isso provocava uma formosura nunca vista em uma flor.
Logo apareceram mais investidores, uma organização para intermediar essas vendas, com poucas ou nenhuma regra, os títulos ganharam preço por unidade adquirida, uma fortuna nas transações financeiras desses papeis. Mas também era possível comprar a produção diretamente, estava muito fácil revender esses contratos, o frenesi era tanto que um título que nasceu com o valor de um mil já valia três vezes mais e a muda nem tinha ido para o chão.
A especulação se acelerou e muitos começaram a pegar dinheiro com bancos e agiotas para comprar e revender esses contratos, já que dava tempo de passar para frente e embolsar o lucro antes do vencimento do empréstimo. Maravilha, lucro garantido para todo mundo.
Mas, como toda especulação tem suas armadilhas, um conjunto de fatos estava na encruzilhada do negócio, vasa o laudo que confirma que a beleza da planta era culpa de um vírus, o mercado foi abastecido demais, o preço começou cair, começaram a sumir os compradores, sem contar que associação protetoras das plantas fez uma forte campanha nas redes sociais, não era justo comprar uma plantinha doente.

Pior, descobriram que tinha mais planta no papel que a verdadeira produção, hum, eram títulos podres por falta de lastro, os que pegaram dinheiro não realizaram os lucros, acabaram falindo com a cobrança dos empréstimos, o estoque encalhou, os sitiantes tiveram que ser subsidiados para sair da falência.
Assim termina a nossa fábula, a de um planta de papel, cor de sangue! Qualquer semelhança com a bolsa de valores, com os títulos de mercado futuro e com a real história das tulipas holandesas dos anos 1600, não é mera coincidência, é só conferir no excelente livro CRASH, do amigo Alexandre Versignassi (editor da revista Superinteressante). 

Referência: 12.a coluna publicada no Verdade, jornal diário de Franca - SP - em 10/8/2018 - (DV-12)
O livro que mencionamos no texto


Foto que fizemos em Dublin - 2014 - Saint Patrick's Park

Visão ampla das tulipas no Saint Patrick's Park em Dublin - 2014

Semper Augustus, o bulbo mais famoso de tulipa,
que foi vendido por preço recorde, aquarela de pintor anônimo (WKP)
Aquarela de uma tulipa, publicada na revista Harper's New Monthly Magazine, em 1876. Pintura de Pierre-Joseph Redouté (WKP).






Leia mais em
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mania_das_tulipas


Juíz de Uberaba (DV-11)

Não sei bem o que um cidadão uberabense fez para a nossa gloriosa veterana, a Francana, só sei que desde os idos de 1950, toda vez que um árbitro de futebol não atuava bem, seja no Nhô Chico ou depois no Lanchão, imediatamente ele se tornava um "Juiz de Uberaba". Assim como os jogadores que saíam daqui e iam para outras equipes, ao vir jogar em Franca, ao entrar em campo ouviam: ou, vai pagar A Cinderela!
E nosso maior rival? Batatais estava para a Francana como a Argentina para o Brasil, ou o Botafogo para o Comercial, Corinthians para Palmeiras, não necessariamente nessa ordem.
Em 1958 o pau comeu, depois de um jogo em Batatais, um zero a zero chato e violento, "cidadãos foram agredidos e carros apedrejados", dizia um telegrama do presidente da veterana, Jorge Cheade, para um delegado de Ribeirão Preto, houve também um protesto contra o juiz,  o árbitro, Mário Nogueira à época. Um artigo de Luiz Carlos Facury no Diário da Tarde descreveu os acontecimentos como “selvageria”, enumerando também um sem número de entradas violentas dos vermelhinhos batataenses. 
Dr. Cyrilo Barcelos era o médico da Francana e socorreu os contundidos…
Artigo que não ficou sem réplica, O Jornal da vizinha cidade, em editorial de 11 de maio de 1958, estranha que um órgão de imprensa francano de prestígio, com um jornalista não menos importante, incite a violência, descreve que também a torcida da veterana levou britas daqui para lá para serem jogadas. Credo!
Mas o que me chama a atenção é que, mesmo concordando que tenha ocorrido agressões de ambos os lados, o editorial não se conforma com o risco disso contaminar a boa convivência  dos cidadãos de Franca e Batatais, concordo. Ainda bem que essa rivalidade ficou lá para trás.
Entre muitas, duas coisas realmente tiram os seres humanos do seu normal, campo de futebol - jogando ou assistindo, e o volante de um carro, alguns amigos, pessoas doces, colocam o uniforme como o personagem Maskara coloca sua máscara, se transformam sabe lá no que.
Uma outra ficção é o julgamento dos argentinos por causa do futebol, eles são chatos sim, como torcedores, mas nós não convivemos tão bem com o bando de loucos, os corinthianos? Teríamos que conviver bem como eles também, rsss. 
Cantarão para sempre as musiquinhas provocativas, principalmente a que diz que Maradona foi melhor do que Pelé, fizeram isso na porta do Maracanã e acham isso super normal, acham que essa provocação é sadia.
Todas as vezes que tive na Argentina fui muito bem tratado, tanto, que acabei por fazer algumas amizades por lá, um dos amigos me confessou que não entendeu porque nós torcemos para a Alemanha e não para a Argentina na final da copa aqui no Brasil. Confesso que essa lógica é muito forte para mim, nem tentei explicar… acho que não conseguiria, enfim, torci para a Alemanha.
Agora fala sério, aquele árbitro que não deu o empurrão de Zuber no Miranda, no gol da Suíça, o tal Cesar Ramos, mexicano, é ou não é um “Juiz de Uberaba”?   

Referência: 11.a coluna publicada no Verdade, jornal diário de Franca - SP - em 21/7/2018 - (DV-11)
Formação de 1948: Marreco; Antero e Amauri; Tutti, Gonçalves e Eca; Tim, Tidão, Tonho Rosa, Luisinho e Canhotinho


1958 - Futebol entre Francana e Batatais termina em pancadia


1958 - Futebol entre Francana e Batatais empate chato, com briga



1958 - Futebol entre Francana e Batatais mídia batataense reage.

Francal cinquentona (DV-10)

Normalmente cada um conta sua história de um evento, vou contar a minha da Francal.
Não me lembro bem como ela era a sua primeira edição, realizada no prédio que é o da Prefeitura hoje, em 1969. Primeiro uma curiosidade, se ela começou em 1969, como está completando 50 anos? Não é o ano que vem?
Mas me lembro muito da 2.a que se efetivou no Palmeirinhas, quem se esquece de 1970, ano que ganhamos a 3.a Copa do Mundo, a Jules Rimet veio definitivamente para o Brasil, e por aqui ficou, até ser furtada e provavelmente derretida!
Quando ela foi para São Paulo, em 1983, então na sua 14.a versão no Hotel Hilton, eu era seu assessor de imprensa, Miguel Heitor Bettarello, presidente corajoso que inverteu a linha de declínio levando-a para um dos maiores centro de negócios da América Latina.
João Batista, meu chefe, Patrícia relações públicas, aliás comemorando 50 anos nessa atividade, seu Américo Pizzo secretário e equipe muito amiga.
Três coisas são inesquecíveis, além da ótima amizade usufruída pela equipe daquele ano, uma foi o fato de ter acompanhado, por quase um dia inteiro, o repórter Ernesto Paglia para uma longa reportagem sobre a feira, se minha memória não falha acabou editando um Globo Repórter.
Certamente atendemos toda a mídia paulistana, mas ficou difícil escapar da gozação orquestrada pelo Miguelito no rádio transmissor que tínhamos… “Nalini, a Globo chegou”, pela atenção dada ao Ernesto.
A outra foi ter acompanhado, em parte da visita, o então governador Franco Montoro (1916-1999) recém empossado, a visita à Francal foi uma das primeiras aparições públicas do político no seu primeiro mandato.
Mas, o que não dá para esquecer, como disse a feira estava sendo realizada pela primeira e única vez na forma vertical, em um hotel, nossa secretaria era em uma sala no subsolo do Hilton, por ali eu e o seu Américo - saudoso marido da Patrícia, ficávamos por horas, ele secretariando e eu produzindo notícias, muitas, afinal estávamos em São Paulo.
Numa dessas noites a Patrícia chega na sala, esbaforida, de hobby, sem perder a elegância, é claro… e lança a seguinte frase: -  “O que vocês estão fazendo aqui? O hotel está PEGANDO FOGO!!!”.
Não lembro bem como chegamos à porta do hotel, mas me lembro que, ao chegar lá, tinha uma moça muito capaz, relações públicas do hotel, cortando a notícia na raiz, que já espalhava pela capital:
- Acalmem-se um exaustor da cozinha entrou em combustão, que foi rapidamente apagado, mas a fumaça se alastrou por todo prédio e deu impressão de fogo em todo prédio. Nem uma linha sequer saiu no dia seguinte.
Aí a estória se divide em duas, se fosse fogo mesmo e seu Américo não tivesse lá, estaria eu hoje realmente nessa triste história? A real é que não era nada e tive a vida salva pela Patrícia. Só rindo. 

Referência: 10.a coluna publicada no Verdade, jornal diário de Franca - SP - em 21/7/2018 - (DV-10)




Centenário do basquete francano (DV-07)

Estou curioso para saber quando o nosso basquete completará 100 anos de atividades, praticamente ininterruptas.
Não tenho a chance de pesquisar nos acervos de nossos jornais, mas tenho alguns recortes preciosos nos álbuns de meu pai e pretendo visitar o nosso museu.
Um deles trás uma reunião em 1956, durante os II Jogos Abertos da Mogiana, realizado em Franca, onde Cyrino Goulart - apelidado de “Sinhô”, está entre eles, o técnico, pasmem, Alfredo Henrique Costa, o Portuga, está também Francisco Garcia Nascimento, o Chico Cachoeira, pai de nosso maior trio ao longo de todos os anos: Helio Rubens, Totô e Fransérgio. 
Na relação dos nossos jogadores à época consta ainda: Leonel Facioli, o Molecão, Gino Balerini, 
que era o Galego, Serafim Borges do Val, o Fisico, este responsável por empresa que tanto asfalto fez na cidade, Raul Batista, o Peru, este último a notícia consagra: “…foi considerado o mais completo cestobolista daquela época”. 
Se tratava de um grupo campeão, invicto, por sinal, segundo a notícia, “nunca foi derrotado até encerrar suas atividades”, era a Escola Francana de Cultura Física - EFCF , a quadra ficava onde também foi A Colegial, e teve seu forte entre 1928 e 1930, o registro informa que a equipe foi reconhecida por diversos órgãos de imprensa do país.
Alguns desses nomes, como o Cyrino Goulart, Alfredo Costa, o Físico, e o Chico Cachoeira, pela herança paterna que deixou, praticamente segurando sozinho a tese dos 100 anos de nosso basquete, são muito representativos. Merecem mais que uma simples coluna.
Me lembro de ter visto a carteira profissional de n.o 001 de Franca, sabe de quem? Cyrino Goulart, deve estar no museu, creio.
Esse grupo formou também um dos primeiros times femininos de basquete do Brasil, voltarei ao assunto, tem muita coisa, entre elas ver nascer o Clube dos Bagres, praticamente com colegas do IEETC.

Resumo, se não se encontrar nada mais antigo que isso, e creio ser bom procurar, daqui 10 anos nosso basquete completa 100 anos.

Referência: 7.a coluna publicada no Verdade, jornal diário de Franca - SP - em 27/6/2018 - (DV-07)

Curiosidade, em 1976, com menos de 1 ano, Helinho já era esperança.


Cyrino Goulart, Alfredo Costa e Chico Cachoeira baluartes do basquete, faltou o Fisico 



Desse time conheci Demétrio Soares.

Quando estivemos na Rússia (DV-09)

         Duas coisas nos motivaram a visitar a visitar a Rússia, em maio de 2015, a grande mítica que a envolveu durante tantos anos de guerras, inclusive a fria, e, principalmente São Petersburgo, envolta em muitas histórias, umas maravilhosas, outras muito tristes. Aliás toda a Rússia e o seu entorno, que formou a URSS, é assim, poucas guerras não transitaram por lá.
        Tivemos a sorte de ter um guia que falava diversas línguas, inclusive o nosso português em duas versões, o do Brasil e o de sotaque português, de Portugal, muito culto. Quando saímos de San Peter, depois de um dia organizando a viagem para Moscou - tudo de ônibus, ideal para se conhecer um país, ele foi à frente e disse:
  • Esqueçam tudo que vocês ouviram falar da Rússia, ou foi de inimigos do país ou de quem nunca veio aqui - depois deu um show de bola contando suas próprias histórias e fazendo observações importantes durante os três dias que durou a viagem.
         Uma coisa que me chamou muito a atenção foi o fato de que a União Soviética levou mais de 40 anos para se formar e acabou em um fim de ano, isso fez muitos estragos, já que o sistema econômico era dividido entre os diversos países que a compunham. Com o fim, um dos países que industrializava roupas para o complexo todo, perdeu a clientela da noite para o dia. Vi pelas entrevistas da Copa que isso nunca mais se corrigiu.
        Uma outra coisa que judiou muito no período da união, foi o remanejamento das famílias pelos blocos, ocupando locais que de forma milenar pertenciam a outros, isso dá litígios até hoje, muitos.
        Todas as lindas igrejas que vimos pela tevê, são ortodoxas, herméticas como o próprio nome já indica, as mulheres nem frequentam alguns locais dos templos. Também não tem santos esculpidos, como estamos acostumados, eles são apresentados em forma de pinturas, desenho em madeira, serigrafias, etc. As imagens até podem ter uma forma de 3D, mas estátuas nunca.
        Eles chamam essa arte bizantina de ícone, que é uma variação da origem grega do nome imagem, acham que a estátua pode deslizar para a idolatria, enfim, uma curiosidade e tanto. Até sugeri para o Empório Mogiana (em Franca-SP) importasse essa arte, pode surpreender.
        Moscou é metropolitana, as cidades menores da Rússia têm suas peculiaridades, sempre com uma monumental igreja ortodoxa, e muitas, muitas fábricas de matrioskas. Aliás, uma excursão que presa visita uma delas, tivemos a chance de conhecer uma delas e ter aula de pintura das bonequinhas, que, aliás, fiquei de fora, nada tenho de pintor, ainda mais nessas coisinhas pequenas.
        Queria mesmo ter conhecido San Petersburgo no fim ano, curtir lá a temperatura de menos 35 graus que normalmente faz, e o metro e meio de neve que deixa branca aquela beleza arquitetônica toda. É o Natal Branco. Fomos em uma meia estação, a primavera.
        A história da cidade deve ter centenas de livros, até tenho vergonha de fazer um resumo, mas vamos lá, os habitantes acham que lá ainda é a verdadeira capital da Rússia, como foi por muito tempo, rivalizam com Moscou, é, sem dúvida toda moldada com uma arquitetura ocidental, corre-se o risco de você dizer: - nossa já vi isso em Paris, assim por diante.
        Bom, as informações hoje estão muito fáceis, ficamos então com o brilho dos olhos e o registro da memória, daqueles locais que, mesmo morando lá, você jamais conhecerá tudo.

Referência: 9.a coluna publicada no Verdade, jornal diário de Franca - SP - em 13/7/2018 - (DV-09) - Título original "Voltando da Rússia".


Ilustrações

São Petersburgo, suas igrejas ortodoxas, seus canais

Igreja do Nosso Senhor do Sangue Derramado, São Petersburgo

Igreja de São Paulo e São Pedro, em São Petersburgo

Museu Hermitage, São Petersburgo

Arte bizantina, imagens de santos em ícones

Rara imagem em escultura  
Equivalente ao Vaticano, Lavra da Trindade de São Sérgio, Zagorsk, Rússia

São Sérgio, equivalente a São Pedro, Papa, na Igreja Ortodoxa





sábado, 6 de outubro de 2018

As duas Alemanha (DV-08)



     
A diferença de humor e envolvimento da Alemanha no Brasil.

Não poderia, numa época dessas, não falar em futebol, parafraseando Jô Soares, têm os que gostam de futebol e os mentirosos. Ele usa isso para falar do medo de avião e, claro, têm as exceções óbvias, os que não gostam mesmo!
     Essa máxima está vinculada à reação do país, certamente estamos diante de uma de  nossas últimas unanimidades, gostar da seleção brasileira, mesmo quando perde feio no último evento mundial.
     Como não sei ainda o dia da publicação desse artigo, vai com o sentimento de hoje.
Nas conversas do cotidiano, quando me perguntavam o que eu achava do time brasileiro este ano, eu dizia, e digo: 
     O grupo é quase o mesmo de 2014, não imagine que, mesmo que extingam o futebol da Alemanha, os 7 a 1 jamais sejam esquecidos, esse resultado foi forjado em aço puro, nunca mais apaga, é só ver a derrota para o Uruguai em 1950, minha idade. Toda as vezes que a imprensa fala naquele país lembra do fato.
     Então o que mudou? Os meninos brasileiros em 2014 eram muito jovens, as redes sociais começavam a bombar, e tinham mais importância que agora, estavam emocionados demais, eles entravam chorando em campo, principalmente na hora do hino nacional. 
     O técnico à época estava por conta de participar de dezenas de propaganda publicitárias, vendeu de tudo.
     Perder ou ganhar faz parte do esporte, da disputa, mas que temos um grupo muito mais sério, concentrado e responsável, não tenho dúvida nenhuma, nem vou falar sobre o Tite, ele está demonstrando a sua liderança.
     E porque duas Alemanha?
     Simples, a que esteve no Brasil veio para ganhar, fez um futebol competitivo e habilidoso o suficiente para surpreender até o time da casa, os argentinos, que também estão num vácuo sem fim, ainda quase que tomam o título deles. Mas para esses nem tango resolve.
     Por outro lado, a Alemanha de hoje tinha cara de tédio, só não conseguiu ser mais tediosa que a Espanha, que tem um futebol tic tac - ficam trocando a bola até pegarmos no sono, modelo que, aparentemente, também já era.
     Dois times para mim se mostram muito fortes, fora o nosso, mas só passou um, França e Uruguai, o primeiro mais instável, o segundo uma rocha, defesa fortíssima, ataque de primeira grandeza.
     O Brasil, como disse resolveu focar, tirou a máscara de ser sempre o melhor do mundo, desceu de um enorme salto alto e colocou a razão à frente da emoção.
     O resto fica por conta dos deuses do futebol(*).

(*)  Este artigo foi publicado ainda não havia ocorrido as quartas-de-final na Copa do Mundo de Futebol de 2018, errei feio no Uruguai, mas acertei em cheio na França, quanto à Alemanha, o próprio técnico Joachim Löw, que já renovou até 2022, considerou que errou na convocação, o grupo recém campeão de tudo, estava todo desinteressado pelo torneio.

Referência: 8.a coluna publicada no Diário Verdade, jornal de Franca - SP - em 13/7/2018 - (DV-07)

Da eliminação precoce no copa da Rússia