quinta-feira, 26 de março de 2020

Os pássaros no céu e o lírios no campo

    Toda vez que bate uma angústia sobre o futuro eu me lembro da passagem bíblica narrada por Mateus, onde Jesus nos orienta a olhar os pássaros no céu e  considerar como crescem os lírios do campo. Então vamos a elas.
Autor da foto não revelado, site de Mônica Mohr


    Jesus faz esse discurso durante o Sermão da Montanha e nos chama a atenção pelo materialismo, seja pela alimentação mal feita, ou quando deixamos que nossas vaidades se sobreponham às nossas necessidades: - "Não é mais a alma do que a comida, e o corpo mais do que o vestido?”
    Em um momento desse capítulo podemos interpretar, erroneamente, que não há o que preocupar, o “céu" sempre nos proverá, sabemos que não é bem assim, lembremos das parábolas, a semente para vir se tornar um bom fruto depende de sua qualidade e de um solo perfeito. Então temos que fazer a nossa parte.
    Mas a passagem tem algo sobre a fé que nos motiva sempre que estamos numa encruzilhada como esta, onde sofremos uma parada brusca e somos obrigados a nos voltar às reflexões: Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem segam, nem fazem provimentos nos celeiros; e, contudo, vosso Pai celestial as sustenta. Porventura não sois muito mais do que elas?
    Primeiro temos que acreditar em um dito popular “não cai uma só folha de uma árvore que não seja pela vontade de Deus", depois que não seremos abandonados nunca, cada um acabará por arrumar uma solução, mas dependerá de uma forte ação conjunta para que isso aconteça, com a menor dor possível. 
    E, por outro, a forte fé que Jesus, o grande orientador da Terra, colaborará para que isso aconteça, “nosso Pai sabe que tendes necessidades de todas elas".
    A mensagem se conclui de forma contundente: "E assim não andeis inquietos pelo dia de amanhã. Porque o dia de amanhã a si mesmo trará seu cuidado; ao dia basta a sua própria aflição”.
    Veja que importante, temos que planejar e ter fé no amanhã, vendo que os pássaros no céu sempre terão com o que alimentar, da mesma forma o Sol voltará e lindas plantas tornarão a se abrir. O que não podemos deixar é que as aflições do amanhã contaminem as nossas decisões de hoje.
Enfim, saber que temos o que merecemos, que nunca estaremos sozinhos e, com fé, o dia de amanhã, com os seus cuidados, sempre conterá novas esperanças.

sexta-feira, 20 de março de 2020

Home Office

A hora de trabalhar em casa.

Quem ainda não se aposentou não sabe bem como é trabalhar em casa para valer. Normalmente deixamos um canto para um notebook, mas agora haverá mais exigências.
Primeira dica, se se atrasava para o almoço, lembre-se que você vai estar no local dele, em casa é bom ter disciplina e cumprir os horários, todos te verão, o cachorrinho acostumado a comemorar a chegada no fim do dia, os filhos a terem companhia para afazeres e jogos, e, eventualmente, não vou resistir, colocar o lixo lá fora.
Para o trabalho, mesmo, não deve ser difícil montar uma estrutura residencial, muitos já conhecem a prática da videoconferência, ferramenta  de apoio poderosa. Pede uma conexão boa de Internet, mas isso a Netflix já exige, talvez  terá que rever o plano.
Via celular, mostramos o bebê que nasceu, o novo jardim, mas agora é para o trabalho e temos duas sugestões para as máquinas grandes.
O Skype da Microsoft, fácil de baixar, e o Hangouts Meet da Google, funciona nos navegadores comuns. 
O primeiro, apesar de ainda muito utilizado, perdeu o bonde da história, ele é que queria ser o WhatsApp, mas não teve a ousadia de fazer ligações telefônicas por aparelhos sem custo e de forma prática. Mas é ótimo para uma videoconferência.
O zap engoliu todo mundo, as empresas de telefonia se assustaram com a gratuidade das ligações, mas logo se calaram… porque? Óbvio, para o WhatsApp oferecer ligações gratuitas a pessoa precisa comprar a banda de Internet (conexão), e quem vende? As telefônicas! Elas passaram a faturar mais do que antes, quando detinham o monopólio das ligações.
Tem uma sistema de teleconferência do Google, não muito utilizado, mas bem funcional, é o Hangouts Meet. Bom para quem está acostumado com o gmail e com a sua ótima agenda, tudo em uma plataforma só. Então é bom criar este e-mail.
Marca a reunião virtual, ao agendar tem como convidar pessoas via e-mail, ao marcar o local - coloca ‘videoconferência’, o próprio sistema já produz o link para abrir as câmeras na hora, tudo gratuito e muito prático.

É a dica para os profissionais de serviços nos seus diagnósticos, para quem fará a declaração de imposto de renda para centenas de pessoas e para ver os netinhos! 

quinta-feira, 19 de março de 2020

Em tempo de.... panelas

Jesus faria coisa melhor com uma panela, alimentaria quem vai ficar desempregado.

Tempos cinzentos - meus vizinhos vieram para trabalhar em casa, resultado do nosso real inimigo... confesso que pensei que a civilização fosse entender o recado, que ainda não foi totalmente dado.
Ela - a população, está confusa com um monte de coisas, seja na moral, seja na tolerância... E vejam só, vieram para casa - em massa - para BATER panela? Aí é torcer para sobreviver e depois comemorar o resultado... quem ganhou o barulho mais alto? Eu sei que tive que aumentar a televisão, o filme que assistia era poético, queria ouvir as vozes dos atores.
Como começou uma gritaria, fui no canal de esportes para ver se era algum clássico rival, sempre que jogam Palmeiras e Corinthians marmanjos ficam se xingando pelas janelas, pelas sacadas. Afff não perderia esse tempo nem pelo meu querido Santos - para quem torço há 60 anos.
Mas enfezei, fui na cozinha para ver se tinha uma panela para pedir silêncio para os dois lados, e surpresa.. não achei! Que tempos são esses que nem panelas temos?
É tá difícil, nem em risco de extinção nossa raça não acha espaço para uma coisa tão simples, tolerância.

domingo, 15 de março de 2020

O imaginário popular (DV-92)

Longe de subestimar o pânico que está ocorrendo no mundo, fico observando como cada um dá o seu trato para uma notícia. Há uns dez dias uma mãe contou que, em diálogo com o filho, fez as observações necessárias para que ele evitasse contato com coleguinhas que tossissem ou espirrassem, ele sempre tinha um contraponto a fazer - mãe nós ficamos em fila, não tem jeito… mãe ele senta atrás de mim. E assim por diante.
Ela, sentido-se vencida, decreta - Só se eu  tirá-lo da escola! Levei um susto.
Respeitamos as preocupações, claro, mas ficamos também de olho no poder do imaginário popular. As fake news, as notícias falsas, ganham força porque somos impelidos a provar que a nossa notícia é bem mais grave que a do outro, isso não colabora com nada.
Antigamente se dizia, que conta um conto aumenta um ponto.
Uma vitória histórica da mentira aconteceu em 1938 nos EUA, uma notícia que alardeava a queda de um meteoro, que havia matado mais de 15 mil pessoas, depois que não era bem um meteoro e sim uma nave marciana que trouxe uma população bélica daquele planeta, que já desciam atirando. Era uma adaptação para o rádio do filme de Orson Welles, tão bem feita, que levou os americanos à comoção, mesmo depois de 82 anos é a mentira mais famosa mundo até hoje.
As fake news são um instrumento muito forte da política, e olha que isso já faz tempo, mesmo antes dos aplicativos já eram muito usadas. Tinham técnicas assustadoras, visitar e convencer os formadores de opinião de que algo muito terrível rondava determinado candidato, principalmente se estivesse bem cotado. Colocavam um exército de cabos eleitorais nos ônibus puxando conversa e levando essa preocupação. O mesmo com os motoristas de táxis - sim já foram influentes, e com as moças que cuidam da beleza das mulheres.
O pior é que muitas vezes deu certo, em 1945 esparramaram que o Brigadeiro Eduardo Gomes havia dito que “não precisava dos votos dos marmiteiros”, se referindo aos pobres, ele viu a enorme preferência que tinha cair e foi eleito presidente o General Eurico Dutra. 
Você não ia querer que eu contasse de algumas mentiras recentes, não é. Mas é bom ficar atento.

Referência: 92.a coluna publicada no Verdade, jornal de Franca - SP - em 14/03/2020 - (DV-92)

 

sábado, 7 de março de 2020

A mulher mais amada do planeta (DV-91)

        Se perguntarmos, no susto, qual foi o maior amor do planeta, os conservadores vão responder: Romeu e Julieta, os mais liberais dirão Jack Dawson e Rose DeWitt Bukater, quem? Ah, os personagens de Leonardo DiCaprio e Kate Winslet em Titanic.
        O trágico romance de Shakespeare, de 1590, só perde no morrer por amor, a vida não pertencia ao casal, foi dada por Deus para ser preservada, como a nossa. Tirando o  rigor é um conto arrebatador, um dos maiores símbolos da paixão.
As mulheres mais amadas do planeta, será?
        Tristão e Isolda é uma lenda celta (1160), ele, inglês, mata um dragão para conquistar os irlandeses e chegar em Isolda. Ele tinha mais que o não da família, como teve Romeu, ela era prometida para o rei Marcos de Cornualha (hem?). A estória ganhou força quando Tristão é retratado no século XII como um dos cavaleiros da távola redonda do Rei Arthur. 
        Mumtaz Mahal cede aos encantos de Shah Jahan, imperador Mongol e se torna o seu grande amor, só que ela morre no parto do 14.o filho, ele fica realmente muito desolado. Reza a lenda hindu, que ele constrói para ela o que chamam de maior prova de amor do mundo, o Taj Mahal, maravilha mundial, incrustada com pedras preciosas e cúpula costurada com fios de ouro. Muito amor.
        Os argentinos falarão de um amor maior, o de Perón por Evita, que morre de câncer aos 33 anos. Evita se torna um amor de todos os argentinos, cultuada em tangos e museus, amor coletivo, como a Princesa Diane.
        E o amor de Páris por Helena, falso ou verdadeiro? É mitologia, tão forte, que parece que é um conto histórico, como quase tudo da mitologia grega. Ela é raptada por Páris, seu marido não se dá por vencido, e dá início à enorme guerra de Tróia.
        A rainha Victória, perde prematuramente o seu príncipe Alberto, estabelece um luto real de mais de 40 anos, sempre de preto inaugura muitas obras para lembrar o marido, entre tantas o imponente museu Victoria & Albert e a fantástica casa de espetáculos Royal Albert Hall.
        Dedico essa crônica à Lila, quando o cardiologista lhe disse “seu marido te ama muito” temos que levar a sério, é ele que cuida do seu coração!

Referência: 91.a coluna publicada no Verdade, jornal de Franca - SP - em 07/03/2020 - (DV-91)




Sistemas, o direito de resposta (DV-90)

Semana passada fizemos um crônica humorada criticando os “sistemas" que vivem caindo, ou estão fora do ar quando mais precisamos, pegam vírus ou são invadidos por hackers, por falta de cuidados e gerenciamentos. Está no meu blog indicado abaixo da minha foto.
Era uma brincadeira, como é o ‘direito de resposta’, mas que ouvimos sempre: “não é possível, o sistema está lento”, ou fora do ar, ouvimos.
Mas isso não tira a eficácia e o surpreendente salto que foi dado no mundo por causa deles. O sistema de um prestador de serviços compreende - invariavelmente, de um banco de dados com tudo que é necessário armazenar, principalmente as nossas referências e as informações do serviço, e, quanto melhores os dados cadastrados, melhores os relatórios, quanto maior o sistema operacional, mais rapidez na resposta.
É importante saber que são duas coisas distintas - o sistema principal era conhecido antigamente como “cérebro eletrônico”, aff, é nele que todos os outros sistemas giram, escolhe-lo bem é fundamental, é nessa má escolha que está o cair, ficar lento ou ser contaminado.
Seja qual for o sistema que se escolha, ele vai ter que rodar em máquinas da Microsoft (Windows) ou da Apple (macOS). Mas, não esqueçamos de dois sistemas operacionais para celulares que avançaram de forma inimaginável nos últimos anos, o Android (Google/Samsung) e o IOS (Apple iPhone), este último está pronto para simular um chave para abrir seu carro. Não há limite.
Lembrei-me do IEPES - Instituto de Pesquisas, Estudos e Serviços que funcionou nos anos 1960/70. Reza a lenda que um celular de ponta hoje tem a capacidade reunida praticamente igual à dos computadores que ocupavam uma sala inteira da FACEAF, ficavam horas rodando serviços, uma folha de pagamento de uma empresa do tamanho da saudosa Samello demorava uma noite inteira e outro dia na conferência.
Dizem também que um smartphone desses já tem o processador com a capacidade dos computadores que levaram o homem à lua. Um exagero, com certeza, mas esses serviços que levavam dias, semanas para serem entregues, com risco de erros, hoje um celular pode fazer em segundos.

O começo foi romântico, importante e inovador, mas ficamos por aí, isso tudo hoje cabe na palma de sua mão.

Referência: 90.a coluna publicada no Verdade, jornal de Franca - SP - em 29/02/2020 - (DV-90)