Não é bem assim… Não existe administração com uma unanimidade dessas, impossível. Nem na Escandinávia a satisfação é plena, relacionaram uma série de carências por lá, e não é para menos, é o normal.
Na primeira gestão de Maurício Sandoval Ribeiro (1977-1982), que faleceu com 77 anos, em 18/6/2017, ele colecionou um bocado de cifras altas, algumas superiores a 100%. Fiz a assessoria de imprensa dele à época, quando Realindo Jr. assumiu a chefia de gabinete, Higinote me indicou.
Mas não pelos números, que deixo para fechar essa coluna, gosto de lembrar dele como pessoa, aliás, uma simpatia encarnada. Tinha uma técnica que sempre difundi, quando ia visitar uma obra, ou inaugurá-la, convidava sempre um assessor diferente, daí aproveitava para trocar ideias e, ao mesmo tempo, fazer com que todos falassem a mesma língua, além de constatar in loco o que sua administração fazia.
Além de uma frase que nunca mais esqueci, fechava sempre a janela da sala de reunião, e não faltava: “prefiro um exército pela frente, que um vento pelas costas”, rsss. Mas lembro dele todo início de setembro, todos. "Se tem brochove?” (sic) - Hem?!? Ele saiu-se com essa, hoje fica fácil de decifrar, sim… em setembro chove, ao menos esperamos. E dava suas risadas, ficava triste, quando tinha que ficar triste, espero que entenda… ele não gostava de ficar triste.
Adorava sua equipe - uma hora me dedico aos personagens dessa época (Chiachiri, Weber, Álvaro Azzuz), foi fruto de uma renovação política francana, e quase conseguiu, já que a ele foi instado a intermediar a pauta na região, mudar a capital do Estado de São Paulo para Bauru, o ex-governador Paulo Maluf mudou seu gabinete para Franca para tentar esse apoio. Não sei teria sido bom, mas se tivesse dado certo, a batida do martelo teria sido dada em nossa cidade.
Quando o mencionei em entrevista, confessando que ele foi uma das maiores personalidades que convivi, se surpreendeu, fez uma longa carta, com detalhes que só um amigo guarda, como, por exemplo, ele deixar tudo para ir a uma escolinha de pré, no Jardim do Éden, para abraçar meu filho no dia do seu aniversário, ele se perdia nessas pequenas coisas. Tem como esquecer?
E a porcentagem que eu me referi, não cabe aqui, mas vamos lá, Franca tinha 44% de água encanada, saltou para 98%, colocou 72 km de galeria pluviais, falavam que era louco, “enterrando dinheiro", que isso “não aparecia”. Dobrou a metragem de ruas asfaltas, pavimentando mais um milhão de metros quadrados, elevou a reserva de água de 6 para 25 milhões de litros.
As casas do Leporace foram entregues no seu mandato e terminou com a glória de seu pai Jeová, a quem tanto dedicava sua fé, de ter asfaltado uma estrada interestadual, a Franca a Ibiraci, um grande troféu.
Referência: 16.a coluna publicada no Verdade, jornal diário de Franca - SP - em 01/9/2018 - (DV-16)
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