sábado, 16 de fevereiro de 2019

Os quatro elementos (DV-38)

A pergunta é recorrente - quando vamos parar de chorar? 
Têm acontecido tantos fatos tristes que as redes sociais até encontraram uma relação das tragédias com os Quatro Elementos: o rejeito de Brumadinho à terra, as enchentes do Rio à água, o acidente do Boechat ao ar e o incêndio no Ninho do Urubu ao fogo. Essa teoria é atribuída aos filósofos gregos pré-Socráticos, mas a discussão é mais velha na China e na Índia, transitando pelo renascentismo é base para estudos filosóficos até hoje. 
O contraponto desse vínculo simplista é que esses elementos, pela visão natural, não representam a morte e sim a razão de estarmos vivos, tire qualquer um deles do nosso cotidiano e, aí sim, estaremos bem mortos.
E por falar em morte, lembrei-me de Steve Jobs e seu discurso histórico como paraninfo em uma formatura na Universidade de Stanford. É claro que, como espírita, a primeira coisa que vem à mente é a imortalidade da alma, isso pode amenizar, mas não afasta a dor da perda, é só ver a comoção que vive o brasileiro hoje.
Quando vamos parar de chorar?
A lembrança do fundador da Apple e sua reflexão sobre a vida e a morte, veio por ter sido ele um empresário bem sucedido que já sabia que não sobreviveria à uma doença. “Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que conheço de evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há motivo para não seguir o seu coração.”
Nesse discurso premonitório ele sugere aos formandos para “viver cada dia como se fosse o último, porque um desses dias, vocês certamente estarão certos.”
Saber que os dias estão sempre contados foi muito importante para as suas grandes escolhas, disse o empresário, "todo o orgulho, todo o medo de constrangimento ou fracasso – essas coisas simplesmente desaparecem em face da morte, deixando apenas aquilo que é realmente importante”.
Ao afirmar que ninguém deseja morrer, novamente me lembrei do caso do Chico Xavier com a turbulência do avião, “(…) até as pessoas que querem ir para o Céu não querem morrer para chegar lá, e apesar disso, a morte é o destino que todos partilhamos. Ninguém jamais escapou”, falou Steve Jobs.
Está certo que a sua fala não se encaixa para às crianças que não tiveram a menor chance de raciocinar sobre a vida. Ele se dirigia à uma plateia de estudantes quase adultos com chance de fazer escolhas, ele assegura que a juventude é passageira e aconselha sobre o tempo: "(…) não o desperdicem vivendo a vida de outra pessoa. Não sejam encurralados por dogma, que é viver com os resultados do raciocínio de outra pessoa. Não deixem que o barulho das opiniões alheias abafe a sua voz interior, seu coração e sua intuição (…)”

Referência: 38.a coluna publicada no Diário Verdade, jornal de Franca - SP - em 16/02/2019 - (DV-38)



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