segunda-feira, 1 de abril de 2019

Gol de Placa (DV-44)

O gol da semana certamente não é nem do Gustagol, nem do Gabigol, é de Franca que há décadas reivindica voos diretos a partir de seu aeroporto. 
Como passado é minha praia, já vou lembrando o embate que o saudoso prefeito Maurício Sandoval Ribeiro teve com o aeroclube francano, que não queria desocupar o velho aeroporto para que fosse viabilizado o Distrito Industrial. Muitas reuniões, muitas mesmo, nada de acordo. Foi preciso a intervenção da Aeronáutica brasileira para que, por fim, os diretores aceitassem um imóvel no centro da cidade, uma casa onde funcionava o SANDU,  e o direito de uso do novo aeroporto, o atual. A encrenca no fato de a entidade ter um imóvel no aeroporto velho, contra um direito de uso, no novo, o imóvel no centro da cidade resolveu o problema.
A previsão da GOL é que os voos se iniciem no segundo semestre, está em um acordo do governo paulista com as aéreas, no qual há uma redução no ICMS da querosene com a contrapartida na ampliação da grade dos pontos não atendidos com trechos diretos, principalmente para a capital. Além de Franca, que os releases oficiais apontam como “importante polo industrial calçadista”, atenderá também Barretos, tanto pela Festa do Peão, como pelo Hospital do Amor, uma referência nacional no tratamento do câncer.
Certa feita voei com um diretor da Passaredo, ele me explicava que o caro na aviação é o pouso e a decolagem, gasta muito combustível e pesa fortemente na planilha de custos, de onde vem o lucro ou prejuízo. Contou que o fato daquela companhia ter comprado jatos da EMBRAER para os voos regionais foi um erro, esses pequenos aviões gastam como gente grande e se não tiver uma frequência de, no mínimo, 40 pessoas no fluxo - entrando e saindo da aeronave, é contabilizado um prejuízo. Desfizeram do leasing dessas aeronaves, voltaram para os turboélice e amargam com tais prejuízos até hoje. Devemos torcer muito para que a Passaredo se torne uma grande empresa, ela garante voos importantíssimos para Guarulhos (internacionais) e Brasília, onde tudo acontece.
O secretário estadual de Turismo, Vinicius Lummertz deixa um recado, "Agora, precisamos trabalhar juntos para criar o hábito do transporte aéreo nas comunidades desses municípios, bem como em seus entornos”. O  que realmente segurará o voo direto de Franca para São Paulo será o número de passageiros, se isso for um número vermelho numa planilha certamente acontecerá como com outras tantas linhas que desaparecem do nada.

O custo, terá papel determinante, sendo um voo regional  o preço da passagem também precisa ser convidativo. Outra coisa a se analisar serão os trajetos para voos internacionais, se o francano preferirá ir a Ribeirão Preto para pegar voo direto para Guarulhos, ou se, indo para Congonhas, terá um rápido translado para lá, quase impossível pelo trânsito e distância.

Referência: 44.a coluna publicada no Diário Verdade, jornal de Franca - SP - em 30/03/2019 - (DV-44)

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