sábado, 6 de abril de 2019

Do outro lado do espelho (DV-45)

Termina, cercada de fortes emoções, mais uma novela “espiritualista" da Globo, a Espelho da Vida, tendência que já se acentuou há anos, sendo esta a nona envolvendo, se não vidas passadas, a presença de espíritos interferindo no nosso cotidiano.
Imaginei que a trama estaria envolta mais em regressões do que em reencarnações, mas foi o inverso, houve um só caso de regressão, no resto foi um clássico momento de uma vida tentando reparar a outra.
Estive muito tentado em comentar os fenômenos de seu desenrolar à luz do espiritismo, vontade que passou rapidinho, primeiro que - se fosse o caso, lógico - ouviria dos autores, é pura ficção. Por outro lado revisei a questão de competência mesmo, procurar, localizar e comentar o Livro dos Espíritos em fatos de uma obra ficcional . Desisti legal.
Até fiz uma analogia, seria como pegar uma obra do nível de Star Wars, ou mesmo de Game of Thrones, e analisar o que seria ilógico nas suas estórias, a primeira série, como todas as outras do gênero, tem o tempo e o universo à sua disposição e extraterrenos convivendo pacificamente, às vezes. Já na GOT, que infelizmente acaba esse ano, tem dois dragões, eles são filhos da bonita e misteriosa personagem Daenerys Targaryen. Sim, filhos!
Em Espelho da Vida dois personagens viveram o passado e o presente, um em destaque, André Luiz (Emiliano Queiroz), certamente uma homenagem ao espírito que ditou a obra Nosso Lar, que virou até filme, é filho do casal principal Julia Castelo (Vitória Strada) e Danilo (Rafael Cardoso). O mistério que o envolvia, de aparecer e desaparecer, certamente foi um tempero a mais para uma obra de ficção, longa. Esteve ótimo, como toda a novela.
Já as personagens Julia Castelo e Cris tinham entre si um espelho e um teletransporte, quase uma licença da série Outlander, que também já comentamos, onde a personagem visita o passado num ritual nos misteriosos círculos de pedras escoceses e nem transita pela reencarnação.
A série é ótima, essas pedras têm 4 mil anos de existências, com histórias e muitas estórias, algumas realmente de viagem no tempo. Essa me chamou a atenção, um turista pegou um pedrinha dessas e levou para casa, passado um tempo o Escritório de Turismo de Inverness recebeu uma caixa com a pedra e uma carta anônima em que ele contava que a pedra havia amaldiçoado a sua vida e a sua família, em uma série de acontecimentos terríveis que teriam acontecido. Ele não tinha coragem de voltar a Clava Cairn para devolvê-la, e dizia, “Eu sei que vocês provavelmente estão rindo de mim, mas enquanto riem, vocês podem por favor colocar a pedra de volta no lugar?”. 
Para ler o artigo na íntegra busque Vida na Escócia, da Anelise, o nosso artigo A Globo e os Espíritos está no nosso blog.

Referência: 45.a coluna publicada no Verdade, jornal de Franca - SP - em 06/04/2019 - (DV-45)


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