sábado, 1 de junho de 2019

A escolha do COAF (DV-52)

Um filme impactante foi A Escolha de Sofia (1982), a mãe judia Sofia Zawistowski, personagem de Maryl Streep, já magistral 37 anos atrás, tinha que escolher - nos dramas nazistas dos Campos de Concentração, com qual filho ficaria, o outro seria “transferido”. Ela já tinha um Oscar de coadjuvante mas emplaca o seu primeiro de melhor atriz. Ou escolhia um filho, ou perdia os dois, não é uma escolha para se desejar a ninguém.
Mudando de assunto, mas ficando no das escolhas, fui estudar o COAF, que quer dizer Conselho de Controle de Atividades Financeiras, que sempre foi do Ministério da Fazenda, hoje Economia. Em seu site é explicado que sua principal função é o de fazer o controle dos setores econômicos, evitando a lavagem do dinheiro e o financiamento do terrorismo, com números impressionantes em 2018: 6.786 relatórios de inteligência financeiras, envolvendo 350 mil pessoas físicas, sendo que sua a base tem hoje estratosféricos 16,7 milhões de relatórios com essas informações.
O que temos é que, numa solicitação de transferência de órgãos em início de governo, ele poderia deixar o Ministério da Economia e ser transferido para o Ministério da Justiça, fato que não prosperou no legislativo.
Daí seguiu-se o que já nos acostumamos, todo mundo entende do assunto, há um enxurrada de fake news, imediatamente o tema é dividido entre a esquerda e a direita, se a solicitação for atendida tem um ganhador, e se não for tem um monte de perdedores.
Lembrei-me do filme porque o presidente só perderia se o órgão fosse extinto, saísse da esfera do executivo, mas nada disso ocorreu, ele vai, com o endosso do parlamento, continuar sob a batuta de Paulo Guedes, um dos pilares deste governo. Tudo correndo à luz de nossa Constituição.
E o presidente fez sua parte no momento da escolha, se tanto faz com qual filho vai ficar, os dois são bons, ele, diferente do filme, pode ficar com os dois, que bom que ele teve essa escolha.
De resto, o que vimos foi uma perda preciosa de tempo discutindo o assunto, que parece ainda ir longe, já que um partido político quer anular essa decisão (?), quando, na verdade, estamos mesmo esperando é uma alavancagem econômica para este país.

Referência: 52.a coluna publicada no Verdade, jornal de Franca - SP - em 1/6/2019 - (DV-52)

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