domingo, 18 de agosto de 2019

O sonho impossível (DV-63)

Viver no mundo imaginário é uma fuga? Claro que sim, deveria estar aqui escrevendo sobre assuntos que concentram mais opiniões, como o futebol, o tempo, a economia e a política, por exemplo. Nesta última teria uma pergunta - o que está acontecendo com nossas instituições? Como o assunto hoje é sonho, não precisa responder, rsss.
Gostamos de sonhar… quanto mais sonhos temos, mais a mente voa livre, creio que uma das piores situações para o ser humano é quando ele fica inibido de sonhar, que triste! Ter esperanças e bem usufruir do livre arbítrio para que os sonhos virem realidade é algo muito divino, dá razão para estar vivo.
O documentário O Segredo (2006), trata disso falando sobre uma lei de atração, que seria capaz de fazer qualquer coisa, bastando desejá-la de modo incondicional de modo a direcionar os pensamentos positivos e nunca desistir - a dita "Fé Inabalável”, como informa a sua sinopse. Não é só isso, com certeza, e o merecer?
Como uma coisa leva à outra, lembrei-me do filme - O Homem de La Mancha (Arthur Hiller - 1972) que trata de um sonho impossível, o incrível personagem Don Quixote, vivido pelo extraordinário Peter O’Toole, original literário de Miguel de Cervantes (1615). Obra que coleciona coisas como ser a segunda mais lida até hoje.
Meu pai adorava Don Quixote, talvez como todos, por ser um personagem visionário, ter um amor imaginário - sua Dulcineia, e a inusitada ilusão de que moinhos de vento eram grandes monstros e ovelhas enormes exércitos, o romance nos alerta para que não sejamos traídos pelos falsos pensamentos, ou pelos sonhos impossíveis. Será, e o Segredo?
Muitos cantores interpretaram a música do espetáculo da Broadway que o filme se inspirou, há destaque para Jack Jones, mas se tornou popular mesmo na voz de Elvis Presley, que não fez o meu gênero, rss. 
No Brasil explodiu com a versão de Chico Buarque e Ruy Guerra, interpretada por Maria Betânia: Sonhar mais um sonho impossível, lutar quando é fácil ceder, vencer o inimigo invencível, negar quando a regra é vender, voar num limite improvável, não me importa saber se é terrível demais, quantas guerras terei que vencer, por um pouco de paz.

A cara de Dom Quixote.

Referência: 63.a coluna publicada no Verdade, jornal de Franca - SP - em 17/8/2019 - (DV-63)

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