segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Falabella, o esquisito - (DV-84)

A entrevista do Miguel Falabella ao Bial destrinchou o perfil desse surpreendente diretor/autor.

Niana Machado - Miguel Falabella
    Ele era muito míope quando criança e ninguém se dava conta, só descobriram quando, já com 7 anos, coloca os óculos de sua mãe e o mundo se abre diante dele, foi até ao cinema para rever um filme que gostava. Mas isso fez um outro efeito, a miopia permitia que ele lesse melhor de perto, com isso tornou-se um aficcionado em livros, isso pode ter mudado seu destino. Mas não foi só isso.    
    Marília Pera o impulsiona, já no teatro, assistido por ela, no dia seguinte recebe uma ligação - rapaz seus olhos falam, nunca mais se separaram. Amizade que ele narra aos prantos.
    Certamente Falabella - graças ao seu temperamento, objetividade e falta de paciência, é um chefe que eu não gostaria de ter. Aliás eu o conheci no aeroporto de Ribeirão Preto, sem trocadilho, todo falante, até que entramos no ônibus para ir para o avião (tinha ônibus à época!) e nos deixaram dentro dele, no sol escaldante bem típico da cidade, esperando abrir a porta do avião. Ele - claro - fez um escândalo aos berros com essa irresponsabilidade. Tinha toda razão.
Elenco de Toma Lá, Da Cá


    A parte dos esquisitos é a que conta a verdadeira história de Falabella, ele diz que fica muito triste com o desemprego entre seus colegas, com isso vai produzindo peças teatrais alucinadamente, para ocupá-los, e isso fica flagrante com suas obras.
    O Bial pergunta de forma divertida porque ele se envolve com tanta gente esquisita, ele diz que é porque se acha meio esquisito, que não tem foco, será? Que está sempre tocando dez coisas de uma vez, nada demais.
    Quanto a esse tipo de atores, quem realmente disse isso foi um porteiro do “cara crachá” da Globo - Eu sei quando é produção do Falabella pelo volume de gente esquisita. 
    Na última cena de Toma lá, dá cá, favelados invadem e saqueiam o apartamento da família. Uma atriz enche Falabella de porrada e não para mesmo com o "corta", terminando as gravações ele quis saber quem era aquela maluca, conhece Niana Machado, a Bá (Piranha…) que depois, mesmo sempre doente, não sairia mais de perto de dele (faleceu em fevereiro de 2021, aos 82 anos).

Coisas de gênio… esquisito! 

Referência: 84.a coluna publicada no Verdade, jornal de Franca - SP - em 18/01/2020 - (DV-84)

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