segunda-feira, 12 de agosto de 2019

A gosto de Deus (DV-61)

        É da cultura popular o crédulo da fatalidade, vinculado à sorte e ao azar. Boa parte das coisas aleatórias que ocorrem conosco ficamos sem saber o porquê, se não é nada representativo deixamos para lá. Em compensação costuramos muito do nosso futuro, um bom exemplo é a saúde com a obesidade, perguntei brincando para um médico, “doutor, somos como peixes, morremos pela boca?”. Ele sorriu e, sem dar o caráter de oficialidade, disse: Em parte sim. Ele é endocrinologista, vigia diabetes e colesterol alto, basta?
        De outro lado já falamos aqui da tensão nervosa provocada por nós mesmos, sem interferência externa, como o mau humor, raivas, neurastenias, nossa máquina foi feita para viver em paz, olhando para o futuro, essas reações certamente prejudicam o seu funcionamento, daí não dá para colocar a culpa no azar.
        Também já vimos que o “não cai uma só folha de uma árvore sem a vontade de Deus”, apesar da enorme lógica é um dito popular, não está na bíblia, nem se tem conhecimento do autor. 
        Se analisarmos o livre arbítrio, esse sim é um atributo divino que nos é oferecido, é certo que muitas folhas que caem de nossa árvore foi por falta de cuidado e não imposto por Deus. Certamente faltou adubar melhor os bons pensamentos, regar com ciência nossos objetivos positivos e dar luz do Sol para o nosso crescimento espiritual. O contrário fica por conta dos agrotóxicos sem controle.
        O árabe dá muito valor à expressão maktub, ou, “já estava escrito”, apesar de ser uma expressão fatalista, pode ser vinculada ao espiritismo, que acredita que alguns fatos de nossa existência já estavam traçados antes mesmo de encarnarmos, muitas vezes por nós mesmos escolhidos para resgates e aprimoramento do espírito ao longo de sua imortalidade. 
        Opa, daí digo nas minhas palestras, se estamos sempre em estado de resgate, que tal interrompermos essa rotina mudando nosso comportamento? O cristianismo, nesse caso, é a maior cartilha. Mesmo critério vale para a nossa árvore da vida lá em cima, se cuidarmos melhor, teremos melhores frutos.
        Sim, estamos em um trajeto divinamente traçado, mas ele pode ficar melhor ou pior dependendo de nós.

        Nada a ver com sorte ou azar ou mesmo com o pobre mês de agosto.

Referência: 61.a coluna publicada no Verdade, jornal de Franca - SP - em 27/7/2019 - (DV-61)

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