terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Monsenhor Rosa, o político (DV-77)

        Sempre pensei em escrever sobre os personagens que batizam as ruas da cidade, fazendo uma pesquisa vi uma menção da forte atuação de Monsenhor Rosa, tanto como clérigo, como político. Ordenado em 1860 o padre jacareiense Cândido Martins da Silveira Rosa vem para Franca com apenas 22 anos e atua aqui por 43 anos, quando falece em 1903.

Monsenhor Rosa
        Ele participa de um movimento que ressuscitava o Concílio de Trento (1545-1563) para a romanização do catolicismo, que estava se dispersando, e também tentar barrar o crescimento do protestantismo, já se via a maçonaria e o espiritismo pelo retrovisor. Nesse caso constatou-se depois que não havia razão para se preocupar. Também o Renascimento e o Iluminismo - pós inquisição, vinham dando um tom moderno ao mundo, isso conflitava com os princípios da Igreja.
        A educação religiosa em Franca deve muito a Monsenhor Rosa (1), era necessário manter a moral de seus fiéis, doa em 1888 terreno para a construção do colégio Nossa Senhora de Lourdes e, já no fim da vida, em 1902, colabora para a vinda do Colégio Champagnat. Inspirar aos jovens o amor à religião, contrair hábitos de ordem, modéstia e trabalho, enfim - "ornar o seu espírito com uma instrução apropriada à sua idade”, como consta em um folheto da época. Nada mau.
        Lidera os francanos na criação da Sociedade São Vicente de Paulo (1895), na fundação da Santa Casa de Misericórdia (1897) e no início da construção da atual Igreja Matriz (1898), que não vê ser concluída em 1913.
        Em sua militância político-religiosa (2), passa a vida toda publicando artigos defendendo suas teses, e vê chegar à Franca o jornal Nono Distrito em 1882, justamente por maçons, o que fortemente amplia o debate entre conservadores e liberais. Um pouco antes (1871) havia sido fundada a primeira loja maçônica da cidade, a Amor à Virtude.
        Certamente esteve na inauguração do Relógio do Sol em 1897, mas não assiste a fundação do primeiro centro espírita por José Marques Garcia, em 1904, o Esperança e Fé, ainda hoje na rua Campos Salles. 
        Foi filiado ao Partido Conservador (3), liderado por Estevão Leão Bourroul, que também defendia a centralização do comando católico em Roma, e funda, com ajuda de Major Nicácio, o Partido Católico, mas essas são outras ruas.
Curiosidade:
Foto original de 1927

Foto colonizada por Marcelo Fradin (4)



Referência: 77.a coluna publicada no Verdade, jornal de Franca - SP - em 30/11/2019 - (DV-77)

Referências:
(1) Catolicismo em Franca:

(2) Franca e suas raízes católicas

(4) Site Amo Franca

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