sábado, 26 de fevereiro de 2022

O Carnaval em Franca no século passado

        

        No compasso da folia, falamos hoje do Carnaval, festa que, feita com inteligência, pode ser prazerosa, é como o futebol, no fundo no fundo todo mundo gosta, só não pode ter briga, ofensa e rivalidades desmedidas. O período é mesmo um feriadão, utilizado como tal… feriadão! Pode até dar uma passadinha pela tevê, uma olhada nos desfiles, mas fica só por aí. A covid conseguiu cancela-lo, ou transferi-lo, e olha que, para parar uma festa dessa no Brasil tem que ser grave.

        O evento voltou a se popularizar de forma sadia há tempos, com os gritos de carnaval nas praças, antigamente já teve desfiles nas ruas das cidades, em carros abertos, com blocos disputando a simpatia, com confete e serpentina, quiçá lança-perfume. 
        Hoje, com o enorme volume de famílias com crianças nas praças, vê-se que é um momento muito saudável, a nota ruim fica por conta dos celulares que trocam de mãos e a falta de banheiros para tanta gente.
        A lança-perfume ficou para trás, não sei bem de onde surgiu a ideia de jogar éter nas pessoas, o cheirinho saiu das roupas e foi parar nos lenços, com óbitos registrados. Mas também lançavam espumas e outros ingredientes, nada recomendáveis, os produtos não sobreviveram a nenhum exame químico, daí passaram a jogar água, com humor de hoje o certo mesmo é não jogar nada em ninguém, para quem gosta é só dançar mesmo.
        Vejo por postagens que, a partir de 1920, Franca levava os desfiles de blocos e carros muito a "sério", mais recente convivemos com disputa dos grupos, entre outros, do UAI e Ponto Final, uma festa de rivalidade na AEC. Os dois grupos se eternizaram, mas outros sempre primaram pela criatividade e muita elegância.
        A praça Barão já teve um teatro, o Santa Clara, onde foi a loja de ferragens da Casa Barbosa, local de  “bailes carnavalescos memoráveis”, isso até o ano de 1920. Mais de 100 anos… chegavam de carruagens? Rsss.
        Veja que o veículo top desses desfiles era o barata da Ford, em uma delas, em 1928, os “galãs” Arlindo Haddad, Gino Balerini, Wadi Pedro, Fuad Abdala e Juca Ramos, estavam vestidos de “simpáticos toureiros, arranjaram muitas namoradas e conquistaram os aplausos da população”, alardeava uma notícia da imprensa francana em 1976.
        Em 1941, na enorme propriedade da família Presotto, rua General Carneiro esquina com Monsenhor Rosa, tinha um clube chamado Amor à Mocidade, segundo a imprensa da época “o mais democrático de todos”, ali foi coroado o primeiro rei momo francano, Mário Tedesco com sua rainha Nair Capretti, presentes na coroação Baldijão Seixas e Orlando Dompieri. 
        Do acervo da Patrícia, postadas no Facebook por Dijalvo Braga Filho, duas fotos abaixo do Grupo UAI (pesquisei muito e não consegui do rival Grupo Ponto Final). As demais foram cedidas pela família do saudoso Conrado.








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