A primeira exportação da Samello foi motivada pelo ministro Delfim Neto. A indústria da cidade chegou a empregar 29.000 trabalhadores e formou centenas, senão milhares, de profissionais
Nos primeiros anos da década de 70 um Ministro e um Industrial mostravam ao Brasil o que é iniciativa e capacidade de trabalho. Antônio Delfin Neto dirigia o Ministério da Economia. Convidou o diretor da Samello, de Franca, Wilson Sábio de Mello, para uma viagem aos Estados Unidos. Naquele país o Ministro disse a um dos maiores lojistas americanos: Meu Amigo industrial brasileiro sabe fabricar isto aqui. Wilson levava em mãos quatro pares de sapatos fabricados em sua indústria, em Franca. Foi o primeiro contato e logo o primeiro negócio. Mais de 30 anos depois Wilson Samello declarou em reportagem especial a este repórter, publicada no jornal Estadão. "Foram muitos e muitos negócios. Nunca mais deixamos de ter contato".
Na foto ao lado de um dos mais importantes homens de marketing do calçado no Brasil, Getúlio Alberto de Oliveira, o industrial Wilson Sábio de Melo, lembrou passagens interessantes. "Foi um tempo de amizade, consideração, de parceria e bons negócios. Quando o lojista americano tinha um problema de vendas, me telefonava e dizia "mande pelo menos 10 mil pares de calçados e eu lhe pago na primeira oportunidade". Para Wilson Samello era uma via de mão dupla, quando ocorria uma crise econômica ano no Brasil, ele ligava para o americano dizendo "vou lhe mandar alguns milhares de pares de calçados e você me paga na primeira ocasião".
Outros tempos para a indústria de calçados e para o País. Hoje tudo é diferente. Mas o capitão da indústria de Franca será sempre lembrado como um homem de visão, cuja capacidade de trabalho envolvia talvez as melhores equipes de gerentes e funcionários, na Samello.
O sr. Hugo Bettarello, diretor da Agabê, certa vez disse que os maiores e mais experientes industriais das fábricas de calçados de Franca passaram pela Samello, e lá aprenderam muito, desde os tempos de Miguel Sábio e Mello, pai do sr. Wilson. Época de ouro, quando Franca era chamada e reconhecida como a capital do calçado no Brasil. A indústria da cidade chegou a empregar 29.000 trabalhadores e formou centenas, senão milhares, de profissionais. Muitos montaram fábricas de pequeno e médio porte, fabricando para o mercado interno enquanto as maiores exportavam a produção. Hoje grande parte é terceirizado e a realidade totalmente diferente.
Crônica Publicada em 24 de julho de 2021 |
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