Franca está próxima de comemorar 194 anos, lembro bem do sesquicentenário, fiquei todo orgulhoso, enfim foi data muito importante. Agora aparece na luz natural do túnel o bicentenário da cidade, será interessante marcar bem o evento.
Toda vez que vejo comemorar datas importantes vem à memória o espanto que tive ao passar por um marco de uma cidade espanhola, Lugo. Não acreditando no que li, voltei à uma pequena rotatória e confirmei, era um obelisco com uma placa que comemorava o bimilenário da cidade, isso mesmo, dois mil anos de vida. A cidade fundada pelo império romano tem suas primeiras atividades em 25 a.C., mas pela placa que vi em 2008, a movimentação ali é certamente anterior à esta data. Ela tem origem celta e guarda muralhas romanas de 4 quilômetros, intactas.
E por falar em obelisco, em coluna anterior descrevi o quanto o Relógio do Sol testemunhou curiosas e importantes coisas que aconteceram ao seu redor, no progresso da nossa Franca do Imperador, como, por exemplo, a construção da igreja Nossa Senhora da Conceição, que era quase uma casinha, para o atual templo que é igreja Matriz.
Pois é, no início da praça Barão tem outro monumento importante e mais bem posicionado, além de enxergar a praça principal ele também está de olho na base do T que formam as duas praças. É ali, na Barão, que os negócios e as fofocas se sedimentam regados por um café da região, ou alimentado por um filé à JK. Sem contar o picolé caseiro de coco queimado, imperdível.
Inaugurado em 1929, em uma campanha liderada por Sabino Loureiro, o obelisco, comemora 89 anos também no próximo dia 28 de novembro, é construído no lugar onde havia um pelourinho (?), vou pesquisar sobre isso, para comemorar os 105 anos da cidade. A placa de trás descreve a doação feita por Vicente Antunes de Almeida e sua mulher Maria Francisca Barbosa, em 3 de dezembro de 1805, “as terras do patrimônio da primitiva Igreja N. S. da Conceição da Freguezia da Franca do Sertão do Rio Pardo. Inaugurado êste marco em XXVIII - XI - MCMXXIX”.
A placa principal se refere ao histórico acontecimento e credita, entre outras coisas, a “Antônio José da Franca e Horta - Capitão General Governador da Capitania e cujo nome se deu a esta terra;” me parece que Chiachiri, em seu livro, atribuiu o nome Franca a uma outra razão, que não ao nome do capitão. Uma versão é que na época dos Bandeirantes não havia cobrança da passagem por aqui, sendo uma passagem franca (grátis), sem pedágio. Deixo para os historiadores.
Mas vamos nos concentrar, Franca é uma cidade que preserva sua história, então tem 6 anos para bem resgatá-la nos seus 200 anos, se não será uma Lugo bimilenária, pode ser uma Franca com um belo de um bicentenário. O que acha?